terça-feira, 14 de maio de 2013

O Intruso, Carina Rosa [Opinião]



Sinopse:


Sara é uma mulher deprimida e atormentada por um passado trágico. A casa que outrora pensara ser um refúgio contra as lembranças de uma vida que desejava esquecer, é agora um antro de sombras que a perseguem. O reencontro com Martim, um rosto que lhe é de alguma forma familiar, de um passado longínquo, provoca-lhe uma avalanche de sentimentos que poderão mudar a sua vida para sempre. Mas o passado nunca poderá ser apagado e Sara vê-se obrigada a tomar decisões que podem fazer a derradeira diferença ente a vida e a morte. Poderá Martim salvá-la de uma realidade que foge ao seu alcance? Ou poderá afundá-la ainda mais naquele poço sem fundo, em que não há saída possível, senão a morte?

Opinião:

Antes de tudo o resto volto a frisar que as minhas opiniões são de carácter meramente pessoal. Independentemente de quem escreve, nacionalidade, tema, etc etc etc, as minhas opiniões baseiam-se no prazer e deleite que a leitura me proporciona (ou não) uma vez que não tenho competência profissional para avaliar o livro de forma profissional.

A Carina Rosa é uma jovem autora portuguesa, mora em Olhão e o seu primeiro livro publicado chama-se ‘O Intruso’ (Chiado Editora) que foi o livro/autora escolhida para Leitura Tuga de Maio.

E de que é que nos fala este livro? A narrativa deste romance desenrola-se no Algarve, na cidade de Olhão e gira em torno de 3 personagens (por assim dizer) principais: Sara, Rodrigo (o antigo amor) e Martim (o novo amor).

Sara é uma jovem que vive atormentada com todo o seu passado, facto esse que não lhe permite viver o seu presente e muito menos pensar no seu futuro. E tudo porquê? Por causa de Rodrigo, a sua paixão dos tempos do liceu e o seu primeiro amor. Vítima mortal de um acidente rodoviário num dos dias mais importantes das suas vidas e que desde então a assombra com o seu espírito sofrido como uma alma penada.

Desde esse dia e até conhecer Martim, Sara vive no limiar da insanidade mental e do suicídio iminente. Frustrada e triste, leva a sua vida de forma automatizada, como se fosse um robot presa à infelicidade que a consome dia após dia, noite após noite. No entanto Martim aparece na sua vida e é para ela como uma lufada de ar fresco.

O que tenho mais a dizer sobre ‘O Intruso’?

Li este pequeno de 190 páginas num dia e meio (+/-) o que é quase um milagre tendo em conta os meus últimos tempos de leitura ^^

Ora bem, a capa. Gosto muito da ilustração. É diferente e atractiva. O peso do livro, é levezinho como uma pena, não me cansa os pulsos quando estou a ler. O tipo de papel cor creme. Fantástico para a leitura. Não cansa a vista mesmo depois de umas quantas horas a ler.

Amei o Mike (labrador bege e fiel companheiro de Sara)! Eu tenho uma labrador em casa, não é bege é preta e sempre que estava a ler uma passagem em que Mike dava o seu contributo via a minha labrador. A descrição do comportamento, das atitudes, das reacções está excelente!

Relativamente à escrita da autora, ponto super positivo para o tamanho dos capítulos. 2 a 3 páginas por capítulo. Diálogos: tenho a dizer que encontrei algumas situações, onde as cenas descritas são coerentes e credíveis. Consegui até rir com uma ou outra situação.

A personagem Martim é muito divertida e bem-disposta. Boa onda. Já o Rodrigo, bem, o homem é um demónio malvado. E foi com esta personagem que a autora me prendeu ao livro porque tem algumas passagens que lhe dedica o capítulo na totalidade e me fez esbugalhar os olhos e pensar: ‘Uau… Que medo’. Foi realmente uma pena o Rodrigo não ter tido mais tempo de antena.

Infelizmente a autora peca pelas frases muito pequenas e isso foi uma distracção propensa a detectar gralhas e falhas. Isso porquê, porque quando estamos a ler (quando eu estou a ler, pelo menos) faço pausas nos pontos finais. Então dei por mim a parar a cada 3 ou 4 palavras e por causa disso perdi o fio condutor da leitura um monte de vezes.

As analepses que a autora incluiu no livro deveriam ter sido assinaladas a negrito ou a itálico para que o leitor conseguisse situar-se sem dificuldade no ponto de situação da narrativa. Faltou também 'pontes de ligação' entre as acções/ideias.

O final do livro, ou seja, os últimos 3 capítulos fazem valer a história. Foi pena a autora não ter escrito o livro todo como escreveu o final.

Apesar dos pontos menos positivos, gostei da história (podem ver classificação do Goodreads) e estou ansiosa por ler mais trabalhos desta autora portuguesa que sei que tem evoluído bastante...


Boas leituras,
13 Maio 2013







Obs: Leitura Tuga Abril (Desafio lançado pela escritora/autora e blogger Andreia Ferreira no seu blog http://d311nh4.blogspot.pt)

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