terça-feira, 31 de dezembro de 2013

As leituras de Dezembro 2013 [Balanço]


Pois, eu sei... isto no mês de Dezembro foi a completa DESGRAÇA!





Tantos livrinhos bons e bonitos à minha espera na estante e o que é que eu faço?
  Leio 2.





Pelo menos um deles (A Bibliotecária de Aushwitz) valeu por muitos que li este ano








Que 2014 nos traga muitos e bons livrinhos!
Feliz ano, boas leituras 


sábado, 28 de dezembro de 2013

A Bibliotecária de Auschwitz, Antonio G. Iturbe, [Opinião]

Sinopse: 

Auschwitz-Birkenau, o campo do horror, infernal, o mais mortífero e implacável. E uma jovem que teima em devolver a esperança. Sobre a lama negra de Auschwitz, que tudo engole, Fredy Hirsch ergueu uma escola. Num lugar onde os livros são proibidos, a jovem Dita esconde debaixo do vestido os frágeis volumes da biblioteca pública mais pequena, recôndita e clandestina que jamais existiu. No meio do horror, Dita dá-nos uma maravilhosa lição de coragem: não se rende e nunca perde a vontade de viver nem de ler porque, mesmo naquele terrível campo de extermínio nazi, «abrir um livro é como entrar para um comboio que nos leva de férias»






Opinião:

"Os livros são perigosos, fazem pensar." 

Simplesmente um dos melhores e mais completos livros que já li sobre o tema. Antonio G. Iturbe conseguiu reunir nestas páginas verdadeiros relatos fidedignos sobre um dos massacres mais violentos e desumanos da história da Humanidade, o Holocausto.

Gostaria de escrever uma opinião que conseguisse transmitir aos restantes leitores o quão profundo é este livro. Chocante. Real. 

A cada página voltada um misto de sentimentos, raiva, horror, ódio, incredulidade, entre outros, invadiam-me de tal maneira que durante um período de tempo só conseguia visualizar pro detrás das pálpebras a brutalidade que aqueles Judeus, seres humanos de carne e osso sofrerem às mãos de outros ditos seres humanos.

Aos amantes do tema como eu, e mesmo ao público em geral, aconselho vivamente a lerem este relato de Dita, uma rapariga a quem lhe foi incumbido proteger uma pequena biblioteca no inferno na terra. 

5* foi a minha cotação no Goodreads

Um livro fenomenal, boas leituras





quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O Regresso dos Deuses, Rebelião, Pedro Ventura [Opinião]


Sinopse: 


Após um longo sono de várias décadas, Calédra, a bela guerreira aurabrana, desperta subitamente para uma realidade que lhe é estranha, um tempo que não é o seu. Antiga rainha dos aurabranos, Calédra está destinada a protagonizar uma missão quase impossível – salvar o mundo e os humanos da crescente ameaça do domínio Holkan. Ao longo desta saga extraordinária, são muitos os aliados que Calédra vai encontrando, e muitas as vezes em que enfrenta inimigos terríveis e se vê às portas da morte. Mas o seu espírito inquebrável promete dar luta aos seus inimigos e cativar-nos desde logo, levando-nos a ler com insaciável voracidade as páginas deste épico vibrante






Opinião:

Não tenho muito a dizer sobre este livrinho porque infelizmente o apetite para ler, nos últimos tempos, tem sido pouco, praticamente nulo. 
Ainda assim consegui, durante o período atribulado da leitura criar alguma empatia com as personagens principais.

Não me alargarei mais na opinião porque muito provavelmente numa outra fase, voltarei a pegar neste livrinho e dedicar-lhe-ei toda a atenção que ele merece e dessa forma, na altura certa, conseguirei certamente dizer algo mais do que estas frases vagas. 

As minhas sinceras desculpas ao autor Pedro Ventura. Que o seu sucesso continue e que esteja por cá durante muito tempo a presentear os seus fieis seguidores com histórias como esta, que apesar de não ter tido total atenção, me conseguiu prender em determinados momentos. 


2* foi a minha cotação no Goodreads.

Boas leituras, 




Obs: Leitura Tuga Dezembro (Desafio lançado pela escritora/autora e blogger Andreia Ferreira no seu blog http://d311nh4.blogspot.pt)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Passatempo Natal_ Vencedores


Bom dia meus queridos e minhas queridas! O espirito natalico está instaurado. Sim, sim, veio para ficar e com ele trouxe os vencedores do passatempo de natal! Neste caso, vencedoras, que passo anunciar oficialmente:

1º Livro - Mr. Random escolheu o nº 23 que pertence à Liliana Pinto de Viana do Castelo.



2º Livro - Mr. Random escolheu o nº 12 que pertence à participação da Verónica Silva de Rio Maior


3º Livro - Mr. Random escolheu o nº 14 que pertence à participação da Maria Mendes da Amadora



Peço às vencedoras que respondam ao email com a confirmação da morada. Uma vez mais obrigada pela participação a todos vocês e feliz natal!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Passatempo de Natal

Oh! Oh! Oh!

Calma! Calma! Não confundam! Apesar das semelhanças, não sou o Pai Natal.

Ora vejam!

Usamos óculos? Check 


Temos cabelos bancos? Doble check! 

(Embora fique feliz por vocês não conseguirem ver os meus cabelos branquinhos)

Damos presentes neste natal? Triple check!



Sim, sim, já sei! 

Ainda me faltam os duendes traquinas, uma rena de nariz vermelho e um trenó com poderes mágicos. Talvez no próximo natal se arranje mais qualquer coisa. 

De momento tenho apenas 3 Exemplares do livro Ligação para vos oferecer!






Para se habilitarem a ganhar um, dos três exemplares do livro Ligação, autografado e com mais três ofertas, só têm de preencher o formulário abaixo indicado.

Regras:

* As duas respostas são OBRIGATÓRIAS e factor ELIMINATÓRIO.
* Válido para Portugal Continental + ilhas e apenas uma participação por morada.
* O passatempo é válido até às 23:59 horas do dia 15 de Dezembro de 2013.
* Os exemplares serão enviados em correio normal. A autora não se responsabiliza por qualquer dano ou extravio dos mesmos no processo de envio.


sábado, 30 de novembro de 2013

As leituras de Novembro 2013 [Balanço]


Atenção! Atenção! A vossa atenção, por favor! 

Tenho uma declaração a fazer: Novembroterminou e eu só consegui ler 3 livros!






Estou a falar a sério, gente! Só li 3 livros. Pronto,, 3 livros e meio.
(ainda estou a meio de um que comecei em Novembro)


Exacto. Vocês compreendem-me tão bem...


As vitimas deste mês foram 





De salientar que 'A Bibliotecária de Auschwitz' está a ser uma leitura muito, mesmo muito, agradável e que se não terminei o livro foi devido a outros factores externos à história. 

Este pequeno sem dúvida que entra para o meu pódio de melhores livros lidos neste ano de 2013



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Delírio (O Jardim Químico #2) Lauren DeStefano [Opinião]

Sinopse:

Rhine e Gabriel fugiram da mansão, mas o perigo nunca ficou para trás.
Para Rhine de dezassete anos, a arriscada fuga do casamento polígamo parece ser o princípio do fim. A evasão leva Rhine e Gabriel a uma armadilha sob a forma de uma feira popular, cuja dona mantém várias raparigas prisioneiras, Rhine acaba de fugir de uma prisão dourada para se meter noutra ainda pior.
A jovem acaba por percorrer um cenário tão sombrio como o que deixou há um ano - que reflecte os seus sentimentos de medo, desespero e desesperança.
Com Gabriel a seu lado está decidida a chegar a Manhattan para se encontrarem com Rowan, o irmão gémeo, mas a viagem é longa e perigosa e o que Rhine espera que seja uma segurança relativa revelar-se-á muito diferente.
Num mundo onde as raparigas só vivem até aos vinte anos e os rapazes até aos vinte e cinco, o tempo é precioso e Rhine não tem como escapar nem iludir o excêntrico sogro Vaughn, que está determinado a levá-la de novo para a mansão... a todo o custo.
Nesta sequela de Raptada, a heroína tem de decidir se a liberdade vale a pena, pois tem mais a perder do que nunca.

Opinião:

June Beans.... Nunca me enganaste ;)

Gostei mais deste do que do primeiro volume, apesar de continuar a achar que o relato dos factos são muito superficiais e sempre 'a correr' principalmente o que aconteceu nos últimos capítulos. 

Esperava mais de todos os personagens. Esperava encontrar neste segundo o que não encontrei no primeiro livro.  Ainda assim, talvez por já estar 'vacinada' acabei por me aproximar mais da história neste segundo volume.


3* foi a minha cotação no Goodreads

Boas leituras, 




sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Perdidos (Perdidos #1) Rute Canhoto [Opinião]

Sinopse:

Marina, de 17 anos, leva uma vida monótona e confortável, centrada no objectivo de ter boas notas para entrar na universidade.
Findas as férias de verão, tem início um novo ano lectivo que se revela repleto de novidades, entre elas Lucas. A misteriosa figura do aluno desperta-lhe a atenção, apesar da aura obscura que o rodeia. Mais tarde, Joshua junta-se à turma e um turbilhão de sentimentos contraditórios assola Marina, deixando-a confusa e sem saber que caminho seguir. E se fizer a escolha errada?
Em simultâneo, o cosmos da rapariga fica completamente virado do avesso com uma série de inexplicáveis acidentes, que parecem querer colocar um ponto final na sua existência. Afinal, o que se estará a passar? A resposta será uma revelação inesperada, que dará a conhecer ao mundo os Perdidos.

Este é o primeiro volume da trilogia Perdidos, uma série na qual coração e razão entram em conflito. Nem sempre o que gostaríamos de ter é o melhor para nós. Mas e se o que nos dizem não ser bom para nós, é exactamente aquilo de que precisamos? Viver implica correr riscos, demasiado grandes às vezes.


Opinião:

Sei que a autora só leu 'Lauren Kate' (pelo menos acho que sim, pelo que tenho visto no GR) depois de ter escrito este primeiro livro, no entanto, as semelhanças saltam à vista em muitos pontos. 

Infelizmente o excesso de descrição mata a obra por completo. Isso e o tamanho de letra. Eu sou pitósga, uso óculos e estava ver que precisava de uma lupa. 

Confesso também que não foi a melhor altura para ler este livro e que o fiz de uma forma diagonal. Ou seja, todas as partes que identifiquei como sendo 'demasiado' passei literalmente os olhos por cima e move on. Pelo que num outro dia, numa outra altura, voltarei à carga e voltarei a ler 'Perdidos' (quem sabe se nessa altura a autora não lhe terá já dado um refresh?! Fica a esperança). 

Até lá desejo o maior sucesso à autora e que o segundo livro 'Esquecidos' consiga ser melhor do que este primeiro.

1.5* foi a minha cotação no Goodreads.

Boas leituras,





Obs: Leitura Tuga Novembro (Desafio lançado pela escritora/autora e blogger Andreia Ferreira no seu blog http://d311nh4.blogspot.pt)

domingo, 10 de novembro de 2013

Recomeço, Filipa Marques [Opinião]

Sinopse:

Aos dezasseis anos, a última coisa que Julie pensava que seria possível tornou-se realidade. De um momento para o outro, perdeu o seu reino, os seus amigos e a sua família.
Agora, aos dezassete, o destino prova-lhe que o futuro não passa apenas pelo mal e um sonho antigo torna-se real. Julie é uma aluna do prestigiado colégio para jovens príncipes e princesas, o Colégio Royalty, no velho continente de Insígnia.
Contrariando todas as probabilidades, Julie encontrou alguém que lhe abriu uma nova porta e na sua mente tempos mais calmos se avizinhavam. Contudo, a sua chegada à nova escola não agradou a todos os alunos e a sua pacifica estadia logo se torna algo mais complexo.
Com a ajuda de Johanne, e sobre o olhar atento de Lady Dalilah, Julie vai iniciar uma nova e possivelmente longa jornada onde nem sempre as coisas vão acontecer como o previsto…


Opinião:

Mais uma vez, uma história very very teen (um colégio numa realidade paralela de príncipes e princesas. Uma princesa que baixou de posto, passou de princesa a plebeia porque o pai perdeu o Reino por causa das dividas. Uma princesa má da fita e um príncipe encantado e um segredo misterioso por descobrir), mas o que deixa muito a desejar são repetições dos nomes e pronomes. 

A escrita essencialmente em tell também não abona nada em favor da história. Era preciso mostrar mais do que contar apenas... A personagem principal, Julie, chora em todos os capítulos.

O prefácio está muito bem escrito e chama verdadeiramente à atenção. (Foi escrito por um jornalista)

Gostei da 'lição' que ela dá (ou tenta passar) sobre discriminação dos estatutos económicos e sociais, ainda que não tenha sido excelente na forma como o fez. Mas percebi a ideia. 

A melhor personagem na ficção foi a Jo. Uma personagem com quem criei bastante empatia. Realista, verdadeira. Com cabeça, tronco e membros.


1.5* foi a cotação que atribuí no Goodreads

Boas leituras, 


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

As leituras de Outubro [Balanço]




repararam que a brincar a brincar, já se passaram mais 31 dias e cm isto estamos a menos de 2 meses do final do ano de 2013?!






Bom, como se costuma dizer na minha terra, por mim 2013 pode ir cos porcos! Conto pelos dedos das mãos, se não mesmo de uma apenas, as coisas boas deste ano... 








Mas adiante, que ainda falta muito para os desabafos e lamentações a que muitos chamam de votos/desejos de Ano Novo e coisa e tal, com uvas passas e champanhe.





De volta ao que interessa, o mês de Outubro terminou e com ele mais livrinhos lidos e opinados.  Uns foram uma verdadeira delicia, um verdadeiro guilty pleasure. Outros? Bom, nem por isso.

As minhas vitimas de Outubro foram as seguintes:







E com isto  e segundo o Mr. Goodreads, sempre atento à nossa vida literária diz-me que me faltam apenas 5 livros para atingir o meu objectivo!





Até ao próximo post, seja ele de uma opinião, uma actualização dos projectos de escrita, um de um simples desabafo patético, deixo-vos enrolados/as nas vossas mantinhas e desejos de um óptimo livro por companhia!

Beijinhos e abraços




Raptada (O Jardim Químico #1) Lauren DeStefano [Opinião]


Sinopse:

Graças à ciência moderna, todos os recém-nascidos são bombas-relógio genéticas - os homens só vivem até aos vinte e cinco anos e as mulheres até aos vinte. Neste cenário desolador, as raparigas são raptadas e forçadas a casamentos polígamos para que a raça humana não desapareça. Levada pelos Colectores para se casar à força, Rhine Ellery, uma rapariga de dezasseis anos entra num mundo de riqueza e privilégio. Apesar do amor genuíno do marido Linden e da amizade relativa das suas irmãs-esposas, Rhine só pensa numa coisa: fugir, encontrar o irmão gémeo e voltar para casa.
Mas a liberdade não é o único problema. O excêntrico pai de Linden está decidido a encontrar um antídoto para o vírus genético que está prestes a levar-lhe o filho e usa cadáveres nas suas experiências. Com a ajuda de um criado, Gabriel, pelo qual se sente perigosamente atraída, Rhine tenta fugir no limitado tempo que lhe resta.

Opinião:

** ALERTA - SPOILERS ** ALERTA - SPOILERS ** ALERTA - SPOILERS **

O mundo como o conhecemos morreu e com ele toda uma juventude devido a um vírus que ataca as mulheres por volta dos 20 anos de idade e os homens aos 25. 
Rhine é a personagem principal desta história, é uma das três irmãs esposas (Cecily e Jena)que é levada à força, num sequestro, para uma fabulosa mansão , onde tem criados que tomam conta dela e das outras três raparigas, usufruem de luxos e podem exigir todo o tipo de caprichos e no fundo só têm de brincar às esposas e aos maridos. 

Capa: Apesar de me parecer um pouco estranha confesso que fiquei curiosa com ela da primeira vez que a vi. Talvez pelo título do livro, que me levou a pensar que fosse outro tipo de história. 

Narrativa: Esta história é narrada na primeira pessoa. A maioria gosta deste tipo de narrativa porque consegue criar uma maior empatia. Eu como sou do partido oficial do contra, não em costumo ligar muito a histórias narradas na primeira pessoa e este livro não foi excepção (para muita pena minha que fui-me a ele como a fome toda). A nível de escrita, a autora apresenta um estilo simples e fluído. Apesar de não ter criado uma paixão por este livro confesso e admito que a leitura decorreu num ápice, não pelo interesse da obra mas pela fé que eu tinha em encontrar alguma coisa que efectivamente me despertasse e me amarra-se à ficção.

Worldbuild ou Worldbuilding (não sei qual dos dois está correcto, estejam à vontade, escolham o que mais gostarem) : é fraco e está mal aproveitado.

Cecily, a irmã-noiva mais nova, nada mais é que um retrato puro e cru de uma criança que foi engravidada por um homem adulto e que nesta sociedade distópica é permitido e natural devido ao vírus e que nada mais faz da vida a não ser maltratar os criados só porque sim. Ter crises de infantilidade aguda e tentar a todo custo ser uma mulher a cem por cento quando deveria estar preocupada em ser uma criança.

Jenna, a irmã-noiva do partido oficial do contra, é contra tudo e todos mas no fim e de repente, pimbas, lá cede ao prazer da carne e até usufruiu do marido. Passa a vida enfiada na biblioteca e de repente morre. Fim da história para ela (ou talvez não).

Rhine, a terceira irmã-noiva, personagem principal e primeira mulher da casa Linden é uma personagem que consegue ser quase um meio termo no meio desta incoerência. No entanto a sua personagem peca por ser demasiado fraca e ambígua. Ora está morta por ver o irmão, ora cede e deixa-se levar pelos encantos do marido e de toda a pomposidade que a vivência na mansão lhe concede. Gostei do facto de ela ter heterocromia. Esta particularidade despertou-me bastante interesse. 

Rowan, irmão gémeo de Rhine, inseparáveis desde a morte dos pais mas que apesar de ser mencionado pela personagem principal, não dá sinal de vida, não existe uma passagem mais conclusiva sobre ele. Nada. Existe mas como se não existisse.

Linden, o marido. Um homem maduro que vive com três irmãs noivas só porque o pai lhe disse que tinha de ser assim (pelo menos foi esta a impressão com que fiquei). Não é sedutor, não é romântico, nem tão pouco o vi sofrer horrores pelo seu eterno amor, Lady Rose.

Supervisor Vaughn: arrepia-me só de pronunciar mentalmente o nome deste homem. Mas é mesmo só por causo do nome porque em todo o livro apesar de ter sido pintado de cobras e lagartos não vi o homem a fazer nada de especial. Pressupõem-se que ele fez trinta por uma linha mas nada nos é revelado, nem sequer o levantar da ponta do véu e isso desmoralizou a minha curiosidade pelo até então vilão da história.

Gabriel: O criado que se apaixona pela 'patroa'. Bom, acho que isto foi um pouco cliché e a envolvencia deles os dois também foi fraquinha. Não arriscaram nada, não fizeram nada de especial e no entanto ficaram perdidamente apaixonados um pelo outro. 

O que eu gostei? Gostei dos três últimos capítulos que aconteceram quase como uma golfada de ar fresco e que me animaram a ler o próximo livro da trilogia na esperança de ficara  saber mais sobre o vírus que mata pessoas aos 20 e aso 25 anos de idade conforme os géneros. Quanto aos restantes ingredientes distópicos incluídos nesta ficção, achei que se é para imaginar um futuro distante, quase como que uma realidade alternativa à que temos agora a autora podia ter-se aplicado mais nos detalhes e na imaginação. Poupava-nos aos detalhes das lantejoulas nos vestidos e investia mais na realidade alternativa desta distopia e desta forma a narrativa não tinha sido tão cansativa e não se tinha arrastado tanto. 

Eu sou uma amante inveterada de livros fantásticos, romances paranormais, mas estou sempre aberta novas experiências literárias. Distopias retrata possíveis realidades futuros muitas das vezes provocadas por acontecimentos menos bons como Apocalipse ou cataclismos que mudam o mundo. Considero-me uma pessoa com uma imaginação muito fértil mas confesso que no que a distopias diz respeito das duas uma: ou elas não estão bem criadas ou então a minha imaginação neste campo fecha-se em copas e mete férias. 

Ainda assim próximo mês começo a ler o segundo livro de nome 'Delírio'. A ver vamos do que sai daqui.

2* foi a minha cotação a este livro no Goodreads.

Boas leituras,


A Cruz de Morrigan (Trilogia O Circulo #1) Nora Roberts [Opinião]

Sinopse: 

Uma batalha entre as forças do bem e do mal está prestes a começar. De um lado Lilith, a vampira mais poderosa do mundo. Do outro, a deusa Morrigan, que tudo fará para a travar com o seu círculo…
Irlanda, século XII. O feiticeiro Hoyt está destroçado pela perda do seu irmão gémeo, transformado num vampiro pela poderosa Lilith. A deusa Morrigan está determinada a enfrentar Lilith e avisa Hoyt de que chegará um dia em que se formará um círculo de seis, destinado a enfrentar Lilith e salvar a Humanidade. Hoyt usa os seus poderes para viajar à Nova Iorque dos dias de hoje onde descobre o seu irmão, um homem bem-sucedido mas frio e cínico, e pede-lhe auxílio na luta contra Lilith. Mas o círculo não está completo sem os poderes mágicos da artista Glenna Ward. Hoyt não confia na magia dela, mas ambos farão tudo para alcançar os seus objetivos. E ao enfrentarem legiões de inimigos, apercebem-se de que o amor que cresce entre ambos poderá aumentar as probabilidades de derrotarem Lilith…


Opinião:

Hoyt é um feiticiero escolhido pela Deusa Morrigan para combater a mais temível das vampiras: Lilith. Cian, seu irmão gémeo que foi transformado em vampiro, Glena uma bruxa do século XXI por quem Hoyt se perde de amores, Moira, excelente arqueira e princesa de Gaell, Larkin que é um metamorfo, King, amigo de Cian e por fim Blair, proveniente de uma familia de caçadores que vem ajudar a treinar este pequeno grupo para que possam juntamente com Hoyt enfrentarem as trevas de Lilith e vencer a guerra em nome da Deusa. 

Livro que é livro é especial mas quando nos é oferecido por alguém que nos é também especial, fica ainda mais especial! (Ei! Tantas vezes a palavra especial, até parece que estou num concurso de repetições -_- )

A Cruz de Morrigan é o primeiro livro da trilogia do Circulo mas não é a primeira vez que leio livros da Tia Nora. Não, a minha estreia com esta senhora aconteceu o ano passado também com uma trilogia, desta feita, a Trilogia Irlandesa. 

Desta vez, na Trilogia do Circulo, Nora Roberts rende-se às histórias dos vampiros e decide presenciar os seus leitores com uma trilogia mais focada no fantástico. No entanto desenganem-se se pensam que vão levar com um Twilight em cima. (Ok, pronto, tem uma semelhança ( -_- ) mas é pura coincidência, confiem em mim.) 

Gostei do contraste entre o passado, o medieval e a vida actual e moderna do século onde a maior parte da história se desenrola. O toque de humor das personagens também foi pertinente. O romance que se desenrola devagarinho entre Hoyt e Glena é fofinho e é nele que reconheço o toque sublime da autora, como uma das melhores romancistas actuais. 

No entanto penso que a nível de tradução a coisa não correu como era suposto. Deparei-me ao longa da leitura com imensas frases que não me fizerem qualquer sentido e duvido que, mesmo não tendo lido o original, a edição portuguesa lhe seja fiel. 

Foi um livro interessante, num contexto soft na guerra entre o bem e o mal e este foi apenas o primeiro livro e como tal funciona mais como uma espécie de introdução. 
Sinceramente fiquei mais cativada pela outra trilogia que já li da autora, ainda assim espero os restantes livros para saber como acaba a história destes guerreiros improváveis que se juntaram num único juramento em nome da Deusa. 

2.5* foi a minha cotação no Goodreads

Boas leituras, 




Obrigada Sofia pela prendinha, adorei! 

domingo, 27 de outubro de 2013

Entrevista no blog Café com livros 21


A Mafalda, do Blog Café com livros 21, fez-me umas perguntinhas às quais respondi com muito gosto e que ela achou por bem publicar no seu blog literário. 


Clica para acederes à entrevista

Espero que gostem!

sábado, 26 de outubro de 2013

Amores contados - Antologia Alfarroba [Opinião]




Sinopse:

Em 2013 a Alfarroba lançou o concurso Amores Contados. Cerca de 250 histórias depois, foram seleccionados os cinco contos que hoje reunimos nestas folhas.

Neles encontramos histórias de amor em fotografias, em viagens, num café, até na matemática ou numa carta. São as histórias que nos fazem lembrar, sonhar, suspirar ou sorrir. Histórias de sentir; são amores que devem ser contados.







Opinião:

Autora Ana Filipa Ferreira - 'Uma questão matemática' - 3*

Quantas vezes não olhamos já para uma relação a dois e nos perguntamos se haveria uma formula matemática para a resolver? Para a tornar mais picante ou resolver problemas conjugais comuns do dia a dia? Montes de vezes, certo? Bom, aqui a nossa Ruiva (carinhosamente apelidada desta forma nas redes sociais) decidiu mostrar num pequeno conto como um problema de matemática pode muito bem transparecer uma relação a dois.
Gostei da escrita da Ana, directa ao assunto, explicita e sem qualquer vergonha ou pudor de chamar as coisas pelos nomes. É um conto de cariz erótico e que só pecou por ser demasiado curto. 

Autora Cristina Milho - 'As fotografias falam baixinho' - 2* 

Neste conto deparamos-nos com a melancolia das memórias através de fotografias. É um conto simples mas com uma carga emocional muito patente. É um simples relato de uma passagem em que a neta tenta através de todos os meios ajudar a sua avó a reagir à vida e a sair daquele estado semi-catatónico que a vai consumindo e tudo através de uma única fotografia que conta a história de uma vida. 

Autor Francisco Vilaça Lopes - 'Amor de viagem' - 1*

Partindo do principio que para fazer uma colectânea se escolhem os melhores dos melhores, não percebo o que este conto está aqui a  fazer. Desculpe-me o autor, mas o conto é mais confuso que um molho de spaguetti cozido e deixado emaranhado num prato à espera de ser comido. As frases soaram-me estranhas, o desenrolar da narrativa idem aspas. Não fosse ele tão pequeno, tinha desistido a meio. 

Autor Jorge Campião - 'Café avenida' - 2*

Café avenida não é apenas o título do conto mas também o palco onde a acção desta narrativa se desenrola. Este conto foca-se em aspectos como confiança e comunicação na base de todas as relações, fala do casamento, da desconfiança, das traições. De como uma coisa leva à outra, como o deturpar de certos aspectos nos pode induzir em erro e levar-nos a agir de forma estranha.  Um tema que rondou aspectos reais do dia a dia. 

Autora Rosa Bicho Gonçalves - 'Um, Dois, Três' - 2*

Fiquei confusa com este aqui pelos seguintes motivos: é muito pequeno (óbvio que é ou não seria um conto -_- ), os diálogos colocados a meio da narrativa.... nunca tinha visto assim (estamos sempre aprender). No entanto achei interessante a temática 'corações partidos e esperança' de que no fim tudo se resolva.


Matematicamente falando: 

3 + 2 + 1 + 2 + 2 = 10 
10 / 5 =  2
2 + 0.5 (bónus) = 2.5*


2.5* Cotação no Goodreads.


Boas leituras, 




Sombras da meia-noite (Raça da Noite #7) Lara Adrian [Opinião]

Sinopse:

Num deserto gelado mergulhado na escuridão, as linhas entre o bem e o mal, amante e inimigo, nunca são pretas ou brancas, mas desenhadas em tons de meia-noite. Algo inumano surgiu nos confins gelados do Alasca, deixando uma carnificina indizível na sua esteira. Para a piloto Alexandra Maguire, os assassínios trazem recordações de um evento horrível que ela testemunhou em criança e evocam uma inexplicável sensação de alteridade que há muito tempo sentia dentro de si mesma, mas nunca compreendera totalmente… até que um desconhecido sedutor e sombrio com os seus próprios segredos entra no seu mundo. Enviado de Boston para investigar os selvagens ataques e parar a matança, o vampiro guerreiro Kade tem os seus próprios motivos para regressar ao frio e proibitivo local do seu nascimento. Assombrado por uma vergonha secreta, Kade logo percebe a verdade surpreendente da ameaça que enfrenta, uma ameaça que porá em perigo a frágil união que formou com a corajosa e determinada jovem que desperta em si as paixões mais profundas e os anseios mais primários. Porém, ao trazer Alex para o seu mundo de sangue e trevas, Kade deverá enfrentar os seus demónios pessoais e o mal ainda maior que pode destruir tudo o que ele mais ama.

Opinião:

6 Meses passaram desde que tive a oportunidade de ler um romance desta autora de excelência. Lara Adrian escreve daquele forma viciante, simples e fluída que nos leva a devorar página atrás de página. Independentemente da hora a que se começa a ler e muito menos a terminar o livro. 

Desta vez, neste sétimo romance da série Raça da Noite, temos a história de Kade e de Alex. Ele um guerreiro da ordem, ela uma humana especial, uma Companheira de Raça que vêem os seus destinos cruzados numa matança e carnificina violenta que transforma por completo o manto branco das neves do Alasca quando um Renegado começa a caçar as suas vitimas para saciar a fome descontrolada que o assola sem se preocupar com o rasto de morte que deixa na sua peugada. 

Adoro as capas portuguesas desta série. São lindas, seguem o mesmo padrão, apelativas e convidativas. É daquelas situações em que se não conhecesse a série e visse a capa, apaixonava-me pelo livro, mesmo sem certezas do conteúdo.

A história em si, de uma forma global, não traz nada de novo, é certo. Existem um guerreiro da Ordem que encontra a sua Companheira de Raça, por quem se perde de amores praticamente à primeira vista e o sentimento é reciproco. No entanto, mesmo com este padrão romântico que recebemos a cada romance, a autora consegue sempre incluir alguma coisa nas suas histórias que nos deixa de queixo caído a pensar como raio a mulher se foi lembrar de incluir aquela cena, aquela mudança ali, mesmo naquela altura do livro em que já damos o caso por terminado e encerrado. 

As cenas românticas e sensuais com um maravilhoso toque de erotismo completam o livro de uma forma muito própria. A camaradagem entre os guerreiros é tocante e tão apaixonante como os restantes pormenores da história, sociedade e dia a dia destes guerreiros vampiros descendentes de aliens

A única coisa que efectivamente me impediu de atribuir a este livro as 5* foram as constantes repetições dos nomes e pronomes utilizados por parágrafo, Faltou ali uma diversidade, uma conjugação entre os nomes e pronomes, e até mesmo ocultar alguns uma vez que a frase ficaria perceptível à mesma.  

Um livro maravilhoso! Recomendo vivamente, foi uma delicia ler Sombras da Meia noite.

4* foi a minha cotação no Goodreads. 


Boas leituras, 


domingo, 20 de outubro de 2013

A melhor quinzena de um século de vida, Vero Lua de Melo (Ana Pacheco) [Opinião]

Sinopse:

Em 2081, no seu leito de morte - e quando já se discute a aplicação da fórmula para a vida eterna -, Amália Duarte está decidida a abandonar um mundo que já não reconhece.
Para partir em paz com a sua consciência, reúne os três netos e revela-lhes o segredo que escondeu ao longo da sua vida e que, de alguma forma, os implicava também a eles. Recuando ao atribulado início do século XXI, relembra o dia em que, impelida por uma rotina desencantada, pede demissão do emprego de sempre. Com a crise europeia a emoldurar um deprimente panorama, parte numa grande viagem com duas garantias - o desemprego e um futuro incerto - e uma certeza: a reinvenção urgente da sua própria vida.
"Fiquei com os olhos pregados no tecto e senti um vazio hediondo na alma, que ia sendo preenchido pela sensação de desgraça da minha própria vida."



Opinião:

‘A melhor quinzena de um século de vida’ de Vero Lua de Melo (Ana Pacheco, vimaranense) é um livro recém-publicado pela Chiado Editora e o primeiro da jovem autora. 

Antes de tudo o resto que tenho a dizer sobre este livro, quero apenas afirmar perante todos aqueles que possam vir a ler este artigo que, do ponto de vista profissional, não tenho sequer voto na matéria. Sou única e simplesmente alguém que gosta imenso de ler e que tem aprendido algumas coisas, na sua grande maioria das vezes, através de conselhos que me dão (uma vez que também escrevo), dicas e chamadas de atenção dos meus leitores que me vão alertando para esta e aquela situação ora que não fazem sentido, ora que não estão muito explicitas, ora que não tiveram o sentido que era suposto ter. E falo de técnicas de escrita, diálogos, personagens, descrições, etc etc etc… 

Volto a repetir, esta opinião é única e exclusivamente um ponto de vista, uma reflexão final sobre um livro que acabei de ler e não tem como finalidade ferir susceptibilidades nem sentimentos de ninguém, muito menos da autora, por quem tenho um imenso respeito. 

Agora que estamos esclarecidos, vamos lá à opinião. 

‘A melhor quinzena de um século de vida’ trata disto mesmo, um relato dos 15 dias da vida de Amália Duarte. Uma jovem vimaranense no pico da juventude que decide fazer a viagem da sua vida apesar de não estar a passar uma das melhores fases na conjuntura global. Na América, palco escolhido para a sua viagem, Amália conhece Eurico, um Conimbricense, que passa a ser o seu par nesta aventura e muito mais.

Pontos positivos: 

Capa: Adorei o conjugar das cores. O preto mate e o laranja vivo chama atenção. Capta o olhar do leitor. 

Título: Demasiado longo. Quando queria referir o livro a alguém com quem troquei algumas opiniões durante a leitura, tinha a ideia de que nunca mais terminava de escrever o título, pelo que comecei a dirigir-me ao livro como ‘a quinzena’. 

História em si: Bom, vou optar por falar primeiro dos pontos positivos e depois dos pontos menos positivos/negativos, que infelizmente é o prato do dia em livros publicados por Vanities. 

O destaque da cidade de Guimarães e tudo aquilo que a cidade berço tem para oferecer a todos que a decidam visitar.

A introdução à história é feita com uma dose de bom humor e boa disposição, captando o leitor a prosseguir na narrativa. Confesso que durante as primeiras vinte páginas achei a narrativa interessante, pelo menos o ponto inicial que me fez pensar que ia ter uma leitura futurista, tendo em conta o ano em que mesma começa a ser narrada (2081). 

Gostei da escolha dos nomes dos personagens. Amália é um nome que por si só transpira Portugal, muito provavelmente por causa do monstro que foi e continua a ser Amália Rodrigues, eterna fadista. Eurico também. São nomes diferentes dos habitualmente escolhidos pelos autores que optam por nomes mais usuais. 

Gostei também de alguns pontos focados e abordados pela autora nos relatos da viagem. Posso estar enganada mas a forma como procedeu ao relato revela uma experiência vivida. E sendo assim, aqui me confesso, que fiquei roída de inveja porque América é aquele destino que figura no topo da minha lista de destinos a viajar. 

Pontos Menos Positivos/ Negativos: 

Toda a narrativa é feita num uso abusivo de purple prose. Na crítica literária, diz-se que purple prose é quando o autor usa e abusa de uma escrita floreada, ornamentada e excessivamente extravagante. Onde foca todos os pormenores e mais alguns, como uma repetitiva chamada de atenção para o que está a narrar, e o que acontece quando esta técnica é usada de forma incoerente é que o leitor, com tanta descrição, floreado e extravagância de verbos e adjectivos acaba por perder o fio condutor da história, a essência principal perde-se como se estivesse num emaranhado de folhos e folhinhos escritos. 

Purple prose leva-nos automaticamente à escrita em Tell, ou seja, ela debita as informações para a folha e relata o que se está a passar. Conta o que aconteceu e deixou de acontecer ao pormenor, mas não mostra. Não faz o leitor ‘viver’ as passagens por ela descrita, nem os acontecimentos, sentimentos ou emoções. Limita-se a ‘vomitar’ informação o que me leva a outro ponto: infodump

Demasiada informação que não tem qualquer interesse para a história de Amália e Eurico. São informações que a autora achou que ficariam bem na sua ficção mas que serve apenas para ocupar a folha, aumentar o número de palavras escritas e encher capítulos. A tão conhecida ‘palha’ abunda neste livro de 366 páginas. É certo que aborda temas interessantes e faculta algumas informações de cultura geral, algumas curiosidades que até são aceitáveis mas o excesso de informações que na minha opinião quer estivessem escritas, quer não, não marcaram em nada a passagem das personagens pela américa, nem sequer ficaram retidas na minha memória. Dei por mim a pensar que devido à forma como a informação está despejada aqui que o título poderia muito bem ser alterado para ‘ Relato intensivo da melhor quinzena de um século de vida’. 

Outro aspecto que não abona nada em favor desta obra é o uso exagerado e incoerente de expressões coloquiais, regionalismo e calão que até ficariam bonitos e porreiros não fosse o facto de as personagens que nos são descritas não combinarem com os seus diálogos onde abundam este tipo de expressões que acabam por criar situações ridículas e nada realistas. 

Os diálogos entre as personagens (principais e secundárias) também não foram feitos da melhor forma. Ora são descritos e nos é indicado quem está a narrar, quando de repente, entram todas as personagens ao barulho numa conversa fiada e está tão confuso e tão estranho que o leitor fica perdido sem saber quem disse o quê sobre que tema. 

O worldbuild deste livro é fraco e cheio de buracos. As personagens principais são as únicas que tem grande destaque, estão sempre no grande plano e todas as outras existem sem um propósito. Estão apenas a encher cenário, o que foi realmente uma pena. A autora tinha pano para mangas para dar mais vida às suas personagens secundárias. 

A narrativa em si é monótona, com dois ou três twists em toda a sua narrativa, mais um ponto que a autora não soube aproveitar, já que se a história fosse abordada e se centrasse noutros aspectos que não o excesso de informação em demasia, teria certamente encontrado peripécias que poderia incluir e que daria um maior dinamismo à história. 

As constantes repetições e uso desenfreado de clichês, ora de palavras, ora de expressões também não abona nada à narrativa. É cansativo quando lemos no mesmo parágrafo três ou quatro vezes a mesma palavra, o mesmo nome, a mesma acção. É importante para o autor não se esquecer de dinamizar o texto sem perder o fio condutor da história. 

Outro aspecto que me levou quase ao estrabismo, foi o constante revirar de olhos a cada palavra assinalada com aspas à qual eu não resisto comentar com a tão conhecida expressão: Não havia necessidade, carago! O leitor não é burro e consegue perfeitamente perceber quando o autor/escritor está a fazer uma comparação, um trocadilho de palavras, a usar expressões que não são suas, etc etc etc. Há situações em que o autor pode explicar, caso a forma como escreve não esteja explícita mas, noutros casos, as informações apesar de não estarem descritas ao pormenor, estão implícitas e o leitor consegue chegar ao ponto da questão sozinho. 

Virgulas, reticências, pontos exclamação, interrogação e travessões. Outro ponto em que a autora não teve uma fórmula de dosagem exacta. Tanto coloca virgulas a cada duas palavras como se esquece de as colocar. Reticências, idem. E as restantes pontuações também. Palavras escritas com maiúsculas para dar enfase à situação também me pareceu desmedido e desnecessário. Como disse o autor sabe o que se está a passar, consegue chegar à essência da situação sozinho. 

A componente romântica desta história também me desiludiu. Por momentos, quando cheguei à página em que o casal passou a vias de facto (um dos twists da obra), desejei que com aquele envolvimento das personagens a história ficasse mais focada na relação deles e menos nos aspectos históricos e turísticos dos Estados Unidos América. Enganei-me redondamente e fiquei verdadeiramente emputecida com o desenrolar da relação deles. Faltou amor, paixão, carinho, cumplicidade. Eles davam-se bem a falar sobre história, fotografia e cultura. Então e o resto? Partindo do princípio que estão perdidamente apaixonados, esperava mais. Muito mais. Não houve lugar para uma troca de carinho após uma noite tórrida de sexo. Um beijo na testa pela manhã. Uma mão dada no resto da viagem, um abraço, uma química ardente que nos arrebatasse por completo... Nada que revelasse ao leitor que aqueles dois desconhecidos se tinham tornado um casal. 

A personalidade da Amália revela-se um pouco incoerente mais ou menos a meio do livro. Porque tanto demonstra ser uma mulher adulta, culta e conhecedora do mundo como de repente tem atitudes um pouco preconceituosas. (Como a questão do Israelita a rezar no avião). 

Já Eurico demonstra ser uma personagem bastante equilibrada que funciona como âncora e consciência destas tiradas fora de contexto da outra personagem principal. 

Não gostei da parte final do livro. O desfecho é irracional e despropositado. As revelações que acontecem no último twist da obra demonstram como a escrita da autora ainda está verde. As informações sobre o gémeo de Eurico caem de pára-quedas na narrativa (tendo em quanto que numa determinada parte do livro, Eurico enaltece os valores e relação da sua família, fala da mãe, do pai e até dos funcionários da empresa da família e deixa o gémeo totalmente fora do contexto, não só é estranho como é incoerente) e a falta de dor, sentimento de perda, tanto demonstrado pela mãe de Eurico como pela própria Amália, deixaram-me triste com um livro que até tem uma ideia base porreira mas que não conseguiu chegar até mim em nenhum aspecto. 

2* é o máximo que consigo atribuir a este obra e foi a minha cotação da mesma no Goodreads


Boas leituras,


Obs: Leitura Tuga Outubro (Desafio lançado pela escritora/autora e blogger Andreia Ferreira no seu blog http://d311nh4.blogspot.pt)